armando responde à joaninha
olá
Apesar dos teus argumentos sobre o assunto pendente, continuo a pensar que Louçã deveria ter felicitado o vencedor (das eleições legislativas). E isto é uma questão de estilo que reflecte opções políticas como bem demonstras no teu anterior comentário, daí a relevância do gesto.
Quanto aos vários vencedores, cada um vê os resultados como bem entende e lhe interessa, mas objectivamente só há um vencedor absoluto e é a esse que nestas ocasiões nos referimos.
Imagina um atleta que fica em quinto lugar numa prova nos jogos olímpicos. Ele até pode ter vencido o seu recorde pessoal e a esse nível até pode merecer as felicitações dos que lhe estão mais próximos, mas quem ele vai felicitar é quem ganhou, quem ficou em primeiro (neste exemplo, até podes considerar os três primeiros com as respectivas simbologias). Por outro lado, o que chegou em primeiro pode, inclusive, não ter batido o seu próprio recorde, mas isso não lhe retira o mérito de ter ganho a prova em causa. São estas as regras do jogo e é suposto que quem concorre as subscreve.
O que se passa neste exemplo desportivo aplica-se às eleições.
Pessoalmente acho que o Bloco teve um excelente resultado nas legislativas e por isso felicitei os amigos que tenho no bloco, mas, de facto, há que reconhecer também que não ganhou as eleições e em democracia só ganha um por mais que custe aos adversários.
Quanto às ofensas verbais por parte do António Costa, que não tenho presente, infelizmente é um mal transversal. E as ofensas tomam formas diversas e muitas vezes subtis: insinuações, contra-informação, invocação de factos falsos etc, etc, etc como, aliás, bem se viu nesta campanha. Este lado perverso da práctica generalizada da política é o que mais me choca e é o que mais me afasta da vida partidária. É jogo baixo, sujo, desleal é como o doping no desporto ou como os resultados combinados (leia-se comprados, no boxe acontece frequentes vezes). Por outro lado, também acho que não se transforma este estado de coisas com outras indelicadezas ou deselegâncias (ou o que lhe quiseres chamar). Porque não uma declaração sucinta dizendo que apesar das ofensas anteriores terem sido registadas se expressava as felicitações? O povo percebia, ficava agradecido e o bloco marcava a diferença pela positiva, acho eu.
Quanto às divergências políticas existentes não podem, não devem servir de argumentação justificativa, por mais convicto que se esteja da justeza das nossas.
No fundo, o mais importante e o que está em causa neste "bate papo" são as felicitações que simbolizam o reconhecimento público da legitimidade democrática que as eleições conferem ao partido mais votado.
Um abraço
Armando